NOAMI
Model Noami Campbell
Photography Simon Harris
i-D Magazine June 2008
"O preto é o início de tudo, o ponto de partida, a silhueta, o recipiente e depois o conteúdo. Sem as suas sombras, o seu relevo e a sua protecção, parecer-me-ia que as outras cores não existem. O preto é ao mesmo tempo a soma de todas as cores. È volúvel, cambiante, nunca é o mesmo. Existe um número infinito de tons de preto: o preto suave das roupas transparentes, o preto apagado e triste do crepe de luto, o preto nobre e profundo do veludo, o preto profuso do tafetá ou o preto forte da seda (faille), o preto esvoaçante do cetim, o preto oficial e alegre do verniz. O preto faz com que a lã pareça carvão, dá ao algodão um ar rústico e confere aos tecidos novos um ar insinuante. (...) Dou voltas hipnotizado com os tons dourados e vermelhos. Dizem que estas cores juntamente com o preto são as cores da loucura – afirmaria que o preto tem um aroma que se liberta dos tecidos quando expostos ao sol. Podia dizer-se o mesmo do preto do touro, para cuja pele os aficionados entusiastas têm adjectivos poéticos. Ao contrário do branco o preto é penetrável. Numa pequena mancha preta, há densidade, prazer, um mundo inteiro. E custa resistir ao preto tirado dos tubos de guache (....) O preto é tanto matéria como cor, é tanto luz como sombra. Não é triste nem alegre, mas sim allure e elegância, perfeito e indispensável. Tal como a noite, é irresistível. As crianças não deviam temer o preto, porque se o seu mistério as assusta, é porque nele podem obter a resposta aos seus próprios segredos."
CHRISTIAN LACROIX
Nunca tinha lido algo tão fascinante sobre o preto. Tinha de vir de um estilista, que por si só conhece os tecidos e as qualidades em que mais ninguém repara.
ReplyDeleteAcho que faltou dizer que o preto é para sempre. :)